Perspectivas para o mercado de lubrificantes industriais

31/07/2020

O mercado brasileiro de lubrificantes industriais passa por um momento particularmente desafiador, pois – além das incertezas sobre a retomada do crescimento da nossa economia e da produção industrial no novo cenário político pós-eleições de 2018 – também tem sido pressionado de modo crescente por seus clientes para o desenvolvimento de formulações que reduzam o custo operacional total desses insumos.

Ao mesmo tempo o mercado industrial, bem como o de lubrificantes automotivos, seguirá sendo impactado direta ou indiretamente por novos desenvolvimentos e fundamentos dos mercados global e local de lubrificantes acabados, óleos básicos e aditivos, bem como dos mercados de energia/petróleo, combustíveis e downstream, entre outros.

A pressão pela redução do custo operacional total dos lubrificantes industriais, ou do TCO (Total Cost of Ownership), passa pelo desenvolvimento de formulações que suportem o aumento da produtividade das máquinas e equipamentos, por exemplo, operando em condições mais extremas e com alongamento dos intervalos de troca, e que contribuam também para o aumento da eficiência energética.

Complexidade das formulações – A ênfase no atendimento de novos requisitos na aplicação dos lubrificantes, nos serviços técnicos e na busca de soluções taylor made para os clientes fez a complexidade das formulações dos lubrificantes crescer significativamente ao longo dos anos.

Na figura 1 observamos que mais de 40% das formulações podem ser classificadas como de alta complexidade, com a necessidade do uso de três a quatro tipos diferentes de óleos básicos, e oito até 25 diferentes tipos de aditivos para se atingir o desempenho desejado na aplicação do produto final.

Em paralelo com o aumento do número de óleos básicos e aditivos que os formuladores necessitam, temos um aumento da dificuldade de obtenção de pelo menos alguns deles, pois ao longo dos anos ocorreu uma significativa consolidação na indústria química e petroquímica, e isso leva a uma redução de complexidade do lado da oferta.

Outro tema a ser acompanhado de perto nos próximos anos são os impactos do Reach (Registration, Evaluation, Authorization and Restriction of Chemicals) e do GHS (Globally Harmonized System of Classification and Labeling of Chemicals) que potencialmente podem reduzir ainda mais a disponibilidade de algumas matérias-primas para o mercado de lubrificantes industriais.

Mercado brasileiro – Conforme vemos na figura 2, o mercado brasileiro de lubrificantes industriais representa cerca de 30% do mercado total de lubrificantes. Embora esse mercado seja bastante fragmentado, em termos de número de diferentes aplicações, os óleos hidráulicos, óleos de processo e MWF (Metalworking Fluids) respondem por cerca de dois terços do mercado brasileiro de lubrificantes industriais.

Outras aplicações importantes para os lubrificantes industriais incluem os óleos para engrenagens, óleos para motores industriais, graxas industriais e óleos para turbinas, circulação, compressores e refrigeração.

A participação do mercado de lubrificantes industriais na demanda total de lubrificantes acabados é relativamente menor no Brasil, em comparação com o mercado global, no qual representa cerca de 45% da demanda.

De certo modo, esse percentual abaixo da média global retrata o impacto do baixo crescimento econômico do país, em especial em comparação com os demais países emergentes, e a preocupante perda de participação do PIB industrial brasileiro em relação ao PIB total ao longo dos anos.

A LubeKem estima o mercado brasileiro de lubrificantes industriais em cerca de 360 mil toneladas em 2018 e, para os próximos anos e em diferentes cenários simulados, estima que esse mercado deverá atingir um patamar entre 380 mil t e 420 mil t em 2023, conforme a figura 3.

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Fonte: Portal Petróleo & Energia

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