Tecnologia para os negócios: 6 tendências para considerar em 2022

30/11/2021

Estamos há quase dois anos lidando com uma pandemia e suas consequências deixaram marcas profundas em empresas, consumidores e trabalhadores. O mundo que conhecemos antes de 2020 nunca mais retornará: novos hábitos foram criados e adaptações provisórias se tornaram definitivas, criando características que favoreceram modelos de negócio apoiados no digital. Uma coisa é certa: quem estava mais preparado tecnologicamente e teve fôlego para inovar certamente obteve vantagem competitiva e colheu melhores resultados.

Características digitais, como disponibilidade, resiliência e experiência digital first, vieram para ficar. Listo abaixo algumas tendências que vão impactar os negócios no próximo ano.

1. Entender e lidar com o futuro do trabalho: híbrido e digital first

Inicialmente, o trabalho remoto forçado desorganizou empresas e fez com que diversos processos fossem adaptados para o virtual. Agora, porém, é o momento para que líderes e times se realinhem e para que ferramentas de colaboração sejam adquiridas e colocadas em primeiro plano nas decisões. O futuro do trabalho é digital first – e, em times de tecnologia, preferencialmente remoto ou híbrido.

Um levantamento realizado pelo IDC Brasil para Google Cloud, em maio deste ano, mostra que 43% das empresas no Brasil decidiram adotar um modelo híbrido no pós-pandemia.

No cenário atual, além do desafio da pandemia, a escassez de talentos nos times de tecnologia fez com que as empresas buscassem colaboradores em outras regiões e até em outros países. Dessa forma, as organizações estão considerando como lidar com uma força de trabalho híbrida e remota, gerenciando todo o seu ciclo de vida – do onboarding ao desligamento -, considerando gestão, integração e benefícios.

2. Evoluir o relacionamento com colaboradores e consumidores: a experiência total
Quando uma estratégia de experiência total é executada com harmonia e sincronicidade, a empresa consegue entregar experiências realmente transformadoras e memoráveis para consumidores, colaboradores e todos os usuários de produtos e serviços digitais. O estudo 12
Trends Shaping the Future of Digital Business, da Gartner, aponta que, em 2026, 60% das grandes organizações usarão experiência total para transformar seus modelos de negócio, tornando defensores da marca os consumidores e colaboradores que mais performam.

Novas formas de comprar e novos modelos de trabalho fizeram com que o relacionamento entre funcionários, clientes e empresas seja prioritariamente digital e evidenciam a importância de uma estratégia multicanal. As organizações precisam de uma estratégia de experiência total, conforme as interações se tornam mais móveis, virtuais e distribuídas.

Soluções que consideram a experiência omnichannel do consumidor também impactam os funcionários. Quando o colaborador está mergulhado em tarefas operacionais e no atendimento, não tem tempo para atuar de forma estratégica. Em contrapartida, quando motivada e inserida na transformação digital da empresa, a força de trabalho cria soluções melhores e mais assertivas, além de ter foco em entender e atender seus clientes.

3. Tornar dados e análises parte integrante do negócio

Uma nova realidade de dados abertos e compartilhados não traz apenas oportunidades, mas uma série de desafios. Alguns setores já se movimentam em iniciativas de open data, mas, independentemente do mercado, extrair valor dos dados se torna fundamental para criar soluções inteligentes e garantir competitividade. Os times de TI, nesse caso, têm a responsabilidade de criar ferramentas que alimentem as equipes de negócio, com dados confiáveis, estruturados e enriquecidos, capazes de orientar a melhor decisão.

Muitas empresas já acumulam e agrupam dados, numa cultura data-driven. Porém, para extrair verdadeiro valor comercial dessas informações, é necessário garantir que sejam confiáveis e enriquecidas a partir de diferentes bases. E o grande desafio inicial é construir uma arquitetura de dados que consiga suportar todas e quaisquer fontes, sejam elas conhecidas ou ainda desconhecidas, com informações estruturadas e não estruturadas. A partir disso, parte-se para a automação do processo de extração de dados.

Com dados estruturados, integrados e enriquecidos, é possível contar com inteligência de decisão para conduzir o negócio de forma mais assertiva, fazendo escolhas precisas e replicáveis.

4. Modernizar é decisão business-centric e deve ser uma ação contínua

Em um cenário de aceleração da transformação digital e de modificação de hábitos e comportamentos, os sistemas legados se tornaram um problema a ser enfrentado, pois impactam no tempo de inovação da empresa e na experiência omnichannel dos consumidores, além de dificultar a atração de talentos de tecnologia. No entanto, a decisão de parar de enfrentar um projeto de modernização deve ser centrada no negócio.

Entender quais recursos são fundamentais para o negócio e se concentrar em sua modernização é um importante passo. Neste caso, é necessário considerar todas as aplicações que dão suporte a esses recursos, em todas as plataformas – em vez de focar esforços em um aplicativo específico. Na maior parte das vezes, a idade do ativo não é o critério de escolha.

Além disso, considere todo o ciclo de vida do produto em seu projeto de modernização. No contexto tecnológico, sempre existirão débitos técnicos, pois constantemente surgem novas ferramentas e metodologias mais modernas em todas as áreas. Portanto, é necessário seguir evoluindo as soluções modernizadas; considerar isso no planejamento do produto evita a crença de que não há orçamento para atualizações futuras.

5. Contar com a resiliência e elasticidade da nuvem

A nuvem garante disponibilidade dos dados e escalabilidade dos negócios, colabora para a redução de custos de hospedagem e acelera a inovação, possibilitando novos modelos de negócio. Durante a pandemia, essas características se mostraram fundamentais para a manutenção das organizações.

Porém, migrar dados e aplicações não torna o seu produto cloud native. Para realmente obter os benefícios citados, é importante considerar a cloud computing, modernizando os aplicativos para o novo ambiente.Investir em migração mantendo premissas, gerenciamento e processos de sistemas legados, impossibilita a totalidade dos benefícios – e ainda impacta a segurança.

Um erro relativamente comum é considerar que qualquer aplicação pode ser migrada, sem considerar como irá impactar o seu desempenho e a experiência do usuário. São inúmeros os fatores que envolvem cloud computing; entender como eles impactam seu negócio e as características de seus produtos irá colaborar para o direcionamento correto entre as alternativas possíveis, desde migrar lift and shift para a nuvem até modernizar cloud-based.

6. Otimizar as operações digitais para diminuir desperdícios

Para acompanhar as novas necessidades de relacionamento híbrido ou remoto com clientes e força de trabalho, as empresas tiveram que investir em soluções de tecnologia para ganhar agilidade, automação e inteligência nos processos. No entanto, implementar a transformação de forma repentina provocou desperdícios e dificuldade em escalar e em reutilizar.

Segundo pesquisa global 2021 da Gartner Consultoria, 60% dos conselhos de administração de todo o mundo estão buscando melhorar a excelência operacional por meio de soluções digitais. Percebe-se que há desperdícios, baixa integração e pouco reuso em todas as fases do desenvolvimento e operação de produtos digitais, desde a pesquisa à concepção e à entrega. Por isso, as empresas estão estruturando suas iniciativas de ReseachOps, DesignOps e DevOps – o que impacta diretamente a inovação (InnovationOps).

A maturidade das operações digitais é um indicador relevante do quão desafiador será para uma organização implementar uma estratégia eficaz para a excelência operacional. Essa avaliação leva em conta fatores como investimento em soluções tecnológicas, cultura da inovação, cultura organizacional e governança, além das habilidades do time e do engajamento da liderança.

Entender os novos desafios e antecipar de que forma sua organização pode se preparar fará com que sua empresa saia da pandemia em uma trajetória diversificada, utilizando os aprendizados – que não foram poucos – para gerar a agilidade necessária e se diferenciar no seu segmento.

* Caroline Capitani é VP de Design Digital e Inovação na ilegra

Fonte: CIO.

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