Adesão à LGPD reforça a governança e valoriza a empresa no mercado

11/06/2021

Em uma pesquisa rápida sobre temas relacionados a tendências de negócios nos próximos meses, um dos assuntos que mais se destacam é o ESG. Só em maio deste ano, foram quase 50 mil buscas feitas pelo tema por usuários no Google. O termo nunca esteve tão em alta e é hoje apontado pelo mercado como uma das principais fortalezas não só para 2021 como para os anos seguintes. Antes de mais nada, vale relembrar que ESG vem do inglês Environmental, Social and Governance, e em português significa Ambiental, Social e Governança, índice que se refere a boas práticas de conduta de negócios.

As buscas são tanto pela definição, como sobre investimento em companhias relacionadas ao índice. E quando o mercado de investimentos olha para algo como potencial de negócios é porque de fato é o momento de ficar atento.

Segundo uma pesquisa desenvolvida pela KPMG, 73% dos CEOs brasileiros afirmaram que, nos últimos meses, com a chegada da pandemia, ganharam uma importância maior os temas relacionados ao comportamento social e às questões de meio ambiente e sustentabilidade, que são as premissas do ESG. No entanto, um dos principais índices da sigla, que muitas vezes é deixado de lado, pode ser o mais simples de ser alcançado pelas empresas, que é a governança. E, mais do que nunca, o conceito precisa ser aprendido e aplicado nas organizações que pretendem manter competitividade e alinhamento com seu público.

Além disso, as principais empresas de investimento do Brasil e do mundo oferecem aos investidores carteiras voltadas só para empresas que seguem o preceito. Então a pergunta que muitos empresários e empreendedores têm se feito é: “como posso fazer para me posicionar como uma empresa ESG e conseguir valor de mercado?”

Olhar para a governança é essencial, afinal o “G” garante o tecido que incorpora os outros dois pilares. Sem uma boa governança não é possível estruturar um modelo verdadeiramente sustentável e em conformidade com as pautas demandadas pela sociedade.

Para se ter uma ideia, uma avaliação feita a partir da Métrica de Governança Corporativa, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), mostrou que as empresas de capital fechado se encontram em estágio inicial no que diz respeito à adoção das boas práticas de governança corporativa. Em média, a pontuação é de 34,6, em uma escala que vai de zero a 100. Percebe-se aí um gap enorme de desenvolvimento e, mais, a importância de tirar a governança de um lugar secundário para o protagonismo da sua empresa.

Vale lembrar que um dos pontos primordiais em relação a governança é a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Isso porque os consumidores estão cada vez mais exigentes e atentos para saber se as empresas estão agindo em conformidade com a lei e usando informações confidenciais de forma correta. O consumidor está puxando essa demanda, e as empresas têm um papel social de melhorar a maneira como tratam o cliente. Ou fazem isso, ou o fim da companhia será próximo. Comece por aí e se adequando à regra, vale mostrar para seus clientes e, porque não?, para o mercado.

A LGPD, lei nº 13.709, foi aprovada em agosto de 2018 com o objetivo de promover a proteção aos dados pessoais de todo cidadão que esteja no Brasil, estabelecendo que não importa se a sede de uma organização ou o centro de dados dela estão localizados no Brasil ou no exterior: se há coleta, processamento, armazenamento e outras formas consideradas tratamentos de dados pessoais de pessoas, brasileiras ou não, que estão no território nacional, a lei deve ser cumprida.

Falando em direitos, é essencial saber que a lei traz várias garantias ao cidadão, que pode solicitar que dados sejam deletados, revogar um consentimento, transferir dados para outro fornecedor de serviços, entre outras ações. E o tratamento dos dados pelas empresas deve ser feito levando em conta alguns quesitos, como finalidade e necessidade, previamente informados ao cidadão. Usar dados sem a autorização prévia de clientes para vender, por exemplo, está na contramão da governança e das aplicabilidades do ESG.

A contratação de uma empresa que atua no tratamento de dados em acordo com a regulamentação da LGPD pode fazer com que você se adeque aos preceitos do ESG. E mostrar isso para o mercado é muito valioso, tanto do ponto de vista de captação de clientes, que passam a optar por empresas em conformidade com o preceito, quanto o mercado, que avalia melhor essas empresas.

Por João Drummond, CEO da Crawly, empresa referência em automação de dados no Brasil

Fonte: Exame.

 

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